Diálogo no Silêncio
Bom dia, Mestre !
Há quanto não nos vemos.
Deste espaço físico em que partiste
Estático permaneço ainda,
A observar o infinito em que te encontras
Emanando bênçãos para os que te amam.
Bom dia, Pai !
É teu filho que surge agora
Da cegueira adolescente da vida.
E, compreende a tua verdadeira herança
De acrescentar um pouco de alegria e esperança,
Em todas as pessoas que nos cercam.
Bom dia, Amigo !
Pode ter a absoluta certeza
No segredo de tuas amargas confidências,
Adormecidas em meu coração sofrido.
Perplexo, diante da nossa breve convivência,
Onde nasceu a amizade que ora é um profundo silêncio.
Por Alexandre Boechat
Novembro de 1980.