Marquises

Quando vi o rosto nu ,

do homem morto no espírito,

e no corpo, senti minha culpa.

Não necessitei de uma lupa,

pois, as letras da miséria,

são gigantes, e é pilhéria,

mentir que somos cegos.

Quando bebi o gosto cru,

do homem sujo na pele,

pedi à luz do dia,

para revelar na urina,

o frio da má sorte.

Sua fêmea, também morta de sonhos,

não necessitou de e-mail,

para transferir o líquido do seio,

o leite pardo, que servia ao filho.

Meu Deus!

Diga como devo dar cor à minha covardia,

como tecer vida por debaixo do software,

e lançar palavras leves que pesem a cidadania.

Às vezes gostaria não sonhar,

e não brincar de humano!

Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 02/05/2010
Código do texto: T2232126
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