INVENTÁRIO

Quando morrer

deixarei de herança,

os meus passos na dança

de minhas andanças...

a palhaçada imprimida

com a sola dos pés

na solidão de minha fama

e nas calçadas em viés...

Toda a minha poesia

pra que seja acolhida

com ou sem rima banida,

verse métrica, verse trova,

mas tendo o sentimento

como sentido da prova

da alma em polvorosa...

Deixarei o meu teatro

em forma de dramaturgia

pra quando chegar o dia,

ter sido riqueza de fato.

Deixo aqui meu inventário

relíquias de um relicário

pra quem me pichou de otário

deixo tudo assim, de prova.

Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 01/05/2010
Reeditado em 24/07/2011
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