SUJEITO IGNOTO
Os amores me curaram
em doses homeopáticas
dos ciúmes, das torturas
com simpatias empáticas
de toda sorte de dores
que na alma se incrustaram
como perfume de flores
que depois se dissiparam...
Quantas Veras
tantas Mirtes
tantas feras
quanto tristes
indicadores em riste
me fizeram qual um louco...
nenhuma Maria de Fátima
que me consolasse um pouco
comparando-me a uma máquina
a sentir-me um ser sem alma
sem apascentar-me com a calma
que necessitamos de um horto.
Daí direi e já digo
serei a maçã do coco
da cana, o vinhoto,
da ostra a pérola,
da reta, o torto,
do poeta, o porto,
da coragem, o ócio,
da união, o divórcio,
e após anos de vida
serei sujeito ignoto,
antes assim do que morto
com dizeres tão furtivos
na inscrição de um jazigo
ou de uma tábua na vara,
talvez, uma lignita lápide
para a leitura da turba
analfabeta e ignara.
Qual o ser,
que assim como eu,
há-de...?