Dança dos Tempos
Era sim um misto de loucura
Aquela luz pulsante, cheia de vida
Etérea visão do distorcido existir
As mãos tocavam a água ainda sem medo
Não era homem nem deus
Não era forma nem a falta de forma
Era uma dança, no ventre do “tudo”
Era pai e fruto, volúpia e inocência
Nada precisava ser dito
Por que nem mesmo havia fala
Se quer havia nome naquele início
Só o som das eras começando a brotar
Não podia se tocar, por que não tinha corpo
E cada movimento gerava galáxias
Doce presença cósmica, infinita vida e morte
Olhos de fogo: Sóis e trovões
Interdimensionalidade macrocósmica
Foi desligando tudo de si
Irrigando as constelações
Com suas lágrimas brilhantes
Na valsa dos tempos sem tempo
Dançava só, abraçando tudo
Em vultos singelos a bilhões de anos luz
Foi gerando a vida... Morrendo pra si!