ALGUÉM HAVERÁ DE PERGUNTAR

Aprendi a desaprender.

O que se diz amor não era verdade.

Não é o que há na poesia dos trovadores mais antigos. Nem as arcádicas, de amor em natureza enroscado.

Não é do Romantismo o amor exagerado, mortal.

Sequer o platônico, realizado em não se cumprir.

Não é o amor realista, consumista, cheio de bactérias.

Não é o amor com horário definido

E cheio de proibitivos

Não é a forma pós-moderna

Tatuada e caótica

Tudo mentira, o amor é nada disto

E que seria, alguém haverá de perguntar

E eu respondo que não sei definir

Somente sei

Sentir