NILDE

Se souber que alguém que conheço vai ler,

eu travo!

À vergonha, comprometido meu ser:

escravo...

A ver navios, meus mares em mim:

eu não disse o que queria;

dou importância à maneira com que o outro diz

– à forma.

Se souber que alguém que conheço vai ler,

eu travo!

Todo fel ao trabalho das centelhas, coméias:

favo.

Sai tão modulada e medida minh’expressão.

Suprimida da minha beleza,

baianidade da pele do sorriso e voz...

– fôrma.

Ao caos, ao porto, sob as ondas ou sendo-as...

percolo pelo açúcar que forma a terra,

contra o sal que faz amar.

Andrié Silva
Enviado por Andrié Silva em 30/04/2010
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