BOCA NOSSA DE CADA DIA
Amabilíssima boca
beijaste o ontem
com a intenção do nunca
quando as lagrimas do abandono
mesclaram-se com saliva
era uma dor infinita
você sorveu em soluços
para enterrar a vida
em suas lambidas
Afável e doce boca
beijaste o hoje
com a vontade do recomeço
com a ganância da opulência
e sem paciência, deixou morder=se
e misturar com teu guspe intenso
o vinho sangue de tuas veias
o combustível de teus anseios
e no ardor do momento
ordenhaste o próprio seio
sem desvelo
Admirável boca
beijaste o amanhã
com lábios trêmulos de medo
mas com a força da resistência
emaranhando a temperança
de tua água adstringente
adicionada de suor quente
nascido da testa arfante
de uma linda criança
chamada esperança
insustentável boca
tu que trafega pelos momentos
e não sossega nenhum minuto
ora fazendo tumulto
ora chorando miúda
ora babando na nuca
bebendo canha fajuta
ou gargalhando em cristal
Eu só te peço que um dia
quando a seca invadir o teu palato
quando tossir o vil catarro
de tuas entranhas
não urre de dor, não despreze
não blasfeme e não suplique
apenas misture tua secura
ao silencio macio e triste
de uma oração de despedida
Amabilíssima boca
beijaste o ontem
com a intenção do nunca
quando as lagrimas do abandono
mesclaram-se com saliva
era uma dor infinita
você sorveu em soluços
para enterrar a vida
em suas lambidas
Afável e doce boca
beijaste o hoje
com a vontade do recomeço
com a ganância da opulência
e sem paciência, deixou morder=se
e misturar com teu guspe intenso
o vinho sangue de tuas veias
o combustível de teus anseios
e no ardor do momento
ordenhaste o próprio seio
sem desvelo
Admirável boca
beijaste o amanhã
com lábios trêmulos de medo
mas com a força da resistência
emaranhando a temperança
de tua água adstringente
adicionada de suor quente
nascido da testa arfante
de uma linda criança
chamada esperança
insustentável boca
tu que trafega pelos momentos
e não sossega nenhum minuto
ora fazendo tumulto
ora chorando miúda
ora babando na nuca
bebendo canha fajuta
ou gargalhando em cristal
Eu só te peço que um dia
quando a seca invadir o teu palato
quando tossir o vil catarro
de tuas entranhas
não urre de dor, não despreze
não blasfeme e não suplique
apenas misture tua secura
ao silencio macio e triste
de uma oração de despedida