Verme primordial

(Visas veiga, do vetusto vormo do visco

voraz o venusto vergel do vesano valetudinário).

Para poder encontrar alguma glória,

Quisera ser aquele verme primevo.

O que consumiu a psique do Aedo

Tendo absorvido toda sua memória.

Somente assim é que poderei voejar

Soerguendo-me às imensidões do orbe.

Voo vulturino de quem do céu descobre

Bem além do que poderia imaginar.

Após, iria lançar-me na poesia visceral.

Mergulho aquilino que o verbo socorre,

Inflamando em mim toda a força vital.

Ó! vetusto Vate, que ao mito dobrou

E sobre a gênese dos deuses discorre.

Com tuas entranhas ao verme iluminou!

Almejas a planície cultivada e fértil, do antigo pus das úlceras da planta parasita que consome o belíssimo jardim, do louco homem doentio.

Brasília-DF, 28 de abril de 2010.