Refugio-me

Escondo-me

de mim, de todos, sei lá!

daquilo que me magoa,

que me entristece

me faz andar à toa

me dá um nó na garganra

me ataranta

e me escurece

Refugio-me

no meu eu profundo

algures, bem lá no fundo

onde só há poesia

uma tela vazia

que eu vou enchendo de luz

de cores de céus da aura de Deus

E perco-me

das coisas insípidas

das futilidades

das tricas e mexericos

do dito pelo não dito

da má onda especializada

da vizinha de boca escancarada

daquilo em que não acredito

Encontro-me

na nuvem serena e fofa

que serve de alcova aos meus sonhos

na brisa que embala os ninhos

no voo dos passarinhos

na janela ensolarada da alma

na fresta que se abre aos meus caminhos

na escolha de querer ser feliz

Fana
Enviado por Fana em 28/04/2010
Código do texto: T2225033
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