Ah! Os poetas...
Tão tristes são, soturnos
Solitários, inquietos, introspectivos
Arautos da melancolia
Testemunhas das lágrimas
Das tristezas e misérias da vida
E do desespero do mundo

Ah! Os poetas...
Tão certos que são, noturnos
Silenciosos, inertes, introvertidos
Observadores de estrelas
Maravilhados de cores
Decifradores dos mistérios
Dos nossos mais profundos desejos
E conhecedores de nossos segredos

Ah! Os poetas...
Tão humanos são, com asas
Cantores dessas coisas lindas
Tão lindas que não existirão
Distantes, ermos, desertos
Caminhantes obstinados
Nos caminhos da ilusão

Ah! Os poetas...
Tão alegres que são, tristes
Sua alegria é luta, é reação
Sua tristeza é só anúncio
De que tudo podia ser melhor
Num mundo que fosse melhor
Nem que fosse imaginação

Ah! Os poetas...
Tão amantes que são, se são
Das palavras perdidas
Dos sentimentos esquecidos
Das esperanças não vividas
De dias ainda não nascidos

Ah! Os poetas...
Alento para a dor da vida
Desprezados arautos do amor
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 28/04/2010
Reeditado em 08/08/2021
Código do texto: T2223988
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