OBLÍQUO
Ainda se pode ouvir
O ranger de tabuas dos navios
negreiros
Toda a dor e o lamento
nos campos de concentração
nazistas
Os gritos de dor e os gemidos
e choros dos porões da
tortura
Toda e qualquer angústia
e o medo das bombas das
guerras
e suas sirenes assustadoras
Tudo encoberto como cabe a neblina
do esquecimento da dor
alheia
O singelo canto das aves
amenizam
Meus olhos arderam e te olham
e se a luz sorrisse, seria como voce
Te olho pelo canto do olho, oblíquo...
Me surge tua silhueta amada
que espreita e espera meu sinal
e nada mais tem importância!