Horrendo banquete
Pálido, cadavérico, assustador,
Qual o é aquele primevo verme
Que provará da minha derme,
Sem, contudo, causar-me dor.
Assim meus sentidos reagem,
Tornando cruel a expectativa
Que cerca-me, sóbria, aflitiva.
Nessa densa e difusa imagem.
Da divina e espectral criatura,
Consumindo minhas entranhas.
Somente poupa-me a alma pura.
À celebrar o final dessa tortura,
Somente aos vermes tu assanhas.
E vão cear, na já vazia sepultura!
Brasília-DF, 27 de abril de 2010.