UM URSO FEROZ

CAPÍTULO UM – INTERROMPIDA JORNADA

Estávamos voando à-toa, eu e a minha amiga Fada melada,

quando alguma coisa ruim interrompeu nosso percurso,

assustado eu fiquei quando percebi que era uma patada

desferida em nós por um imenso e fortíssimo urso.

A minha amiga mágica estava totalmente desacordada

e eu grogue com as patinhas livres, porém sem recurso,

enquanto isso a fera através vem de olhares e da fungada

para nos encontrar às pressas, achando assim o nosso curso.

Não preocupo comigo. Verde, na mata ninguém me achava!

O problema estava com um forte cheiro de mel que exalava

Da fada, alimento este que o gigantesco animal apreciava.

Caminhei com muito custo carregando a Fada Melada

Que nas alturas do campeonato estava ainda desacordada

E lhe juro que jamais carreguei uma criatura tão pesada.

CAPÍTULO DOIS – URSO NÃO SAGAZ

O diacho do urso cinzento tinha um faro bastante aguçado;

sentiu, mesmo estando muito longe, o cheiro da minha amiga.

Achou em segundos o nosso cárcere. Tinha um olhar esfomeado

Que chegou a dar um friozinho na minha pequenina barriga.

Assim que nos achou escondido, a grande fera conosco jogou pesado.

Parecia que ela considerara a árvore, nosso esconderijo, como inimiga.

Penso com os meus botões, se os tivessem: esse bicho é mesmo retardado!

Por que investir em dois minúsculos seres que mal sustentariam sua lombriga?

Se esse urso gigantesco fosse um animal assim muito sagaz

com toda a certeza ele nos deixaria viver em paz

e em busca de uma caça de grande porte iria atrás.

Aí sim, ele teria a comida com muita fartura,

ficaria com alguns dias na vida com a maior brandura

sem ir atrás de uma caça por alguns dias (sua fatal ventura).

CAPÍTULO TRÊS – QUE GELADA!

A Fada Melada aos poucos vai recobrando a consciência...

apesar do urso irado lá fora, este fato me deixa mais tranquilo

porque a Fada Melada com a sua poderosa magia e sapiência

resolveria rapidamente sem nenhum problema tudo aquilo.

Já de volta ao seu juízo perfeito a Fada Melada toma consciência,

através de mim ela fica sabendo do nosso presente tão intranqüilo.

A Fada Melada me pede a varinha de condão para resolver com urgência

a nossa horrível situação e ficarmos completamente livre daquilo.

A varinha mágica não estava com a Fada e nem tão pouco comigo,

diante dessa triste realidade vimos que corríamos grande perigo.

Fiquei novamente meditativo: será que é de algum deus esse castigo?

Depois de muito pensar tirei dos deuses a responsabilidade desta fria

que agora eu e a minha querida amiga Fada melada tanto angustia,

pois não é pecado brincar e através da brincadeira mostrar alegria.

CAPITULO QUATRO - COMO SAIR DESSA?!

Temos que achar o mais rápido possível minha varinha de condão

se quisermos sair ileso imediatamente dessa grande enrascada,

caso contrário o grande urso continuará sendo o dono da situação

até chegar ao momento em que nossos esforços seriam iguais a nada.

É uma ideia maluca, mas não existe mesmo outra solução.

O jeito é eu sair como isca para afastar aquela fera danada,

enquanto isto você procura e encontra a varinha desejada,

depois volta depressa e livra o seu amigo dessa imensa roubada.

Vamos! Se esfregue em mim respeitosamente e deixa-me seu cheiro,

pois o urso pensará que está perto de um pote de mel e virá rápido e rasteiro

atrás de mim. Para não ser pego pela fera terei que ser bem ligeiro.

Não tendo o urso na entrada da árvore, a Fada vai cumprir a sua missão

de reaver sua salvadora, eficiente, mágica e linda varinha de condão

para por fim de vez em nossa tão assustadora situação.

CAPÍTULO CINCO – SE LIVRANDO DA CONFUSÃO

Com a enorme desilusão estampada visivelmente na cara

por parecer alguma coisa tão eterna e em vão sua busca,

de repente a fada sente uma luz se incidir no seu rosto, era a vara;

por muito pouco o forte lume da varinha o olhar da Fada ofusca.

Quando chega à direção do objeto mágico, a Fada para de voar

de tão ansiosa e contente, faz isso de uma forma tão brusca

que quase a espinha dorsal da Fada de uma hora pra outra se deslocara

Para fora do corpo da mesma, tornando-a uma entidade “molusca”.

Ao pegar a vara, a Fada Melada voa no mesmo instante

para salvar o corajoso, amado, amigo e astuto Grilo Falante,

por acreditar que o mesmo esteja numa situação periclitante.

Quando encontra o Grilo, ele está sozinho e ela não faz ideia

do que acontecera com o urso. O inseto atraíra o bicho para uma colméia

de onde as abelhas, em legítima defesa, expulsaram a fera da aldeia.

CAPÍTULO SEIS – INUSITADO DESEJO

Grilo Falante! Grilo falante! Você é mesmo um bichinho danado!

Pensando que você estava correndo risco de morte ou até morrendo

para a minha surpresa como lhe encontro: em perfeito estado

como se nada de grave lhe tivesse realmente acontecido.

Fada Melada, você pode achar que estou ficando “abilolado”,

mas tenho que lhe fazer esse estranhíssimo pedido

leva-me onde se encontra aquele cinzento urso malvado

que durante essa estória toda nos insistentemente perseguido

Eu não vou achar que você está maluco! Terei é clareza!

você deve não ter, Grilo Falante, amor á vida com certeza

para me fazer um pedido que a qualquer um cause estranheza.

Fada Melada, eu sei seguramente o que estou fazendo!

Para lhe ser sincero nenhum risco estaremos correndo,

uma vez que acredito que o urso está de dor sofrendo

CAPÍTULO SETE – COMPENSAÇÃO

Como já disse, lá encontraram o animal sofrendo de dor,

causado pelos ataques das guerreiras e destemidas abelhas.

coitadinho dele! Ele também é uma criatura do criador

não merece passar por isto. Está inchado até as orelhas!

Vamos, Fada Melada! Cure o coitadinho do urso, por favor!

Livra-o deste tormento onde os ferrões parecem relhas.

Na mesma hora o urso deixou de ser um animal gemedor

pois o seu corpo parecia que não estava mais nas grelhas.

Livre de toda dor, o urso parecia feliz habitar o céu,

ainda mais que a Fada Melada lhe dera um grande pote de mel

atendendo mais um pedido do Grilo Falante, seu amigo fiel

Já que está tudo na santa paz e em seu devido lugar,

vamos para o nosso querido Portal dos Sonhos e Magia voltar

para ficarmos quietinhos e por lá serenamente descansar.

O FILHO DA POETISA

Filho da Poetisa
Enviado por Filho da Poetisa em 27/04/2010
Reeditado em 27/04/2010
Código do texto: T2222032