Poema iluminado
A luminária
Em posição de “cobrir”,
Uniformemente servil,
Sem se meter com o que estou fazendo,
Ereta, obedientemente, ilumina-me os escritos...
Desliguei-a.
Click!
O poema pára.
Click!
Tenho-o de novo...
Fecho os olhos.
Sei que a luminária continua iluminando;
Basta que eu os abra para ter luz.
Quantas vezes estamos no escuro errando tudo
Quando só é preciso abrir os olhos?
Abro os olhos.
Tudo escuro.
????????????
E a voz da minha mulher:
- Vê se aí tem velas que faltou energia!
Nessa noite não tinha velas e nem chegou energia.
Quantas vezes estamos no escuro procurando uma vela em vão,
quando só nos resta esperar o dia amanhecer?
A luz solar,
veloz e retilínea,
Uniformemente servil,
Sem se meter com o que estou fazendo,
humildemente ilumina-me os escritos...
Estes que concluo agora.