Xadrez lenda-viva.

Das províncias de Taligama foi trazido,

trazido para os séculos, para o futuro...

Chorava Ladava,o Rei... Lágrimas de quem ama;

Lamentos pelo príncipe falecido.

Adjamir (príncipe) sacrificou-se, doou seu peito,

Aparou flechas e levou espadadas,

Desferiu golpes, de sua cimitarra pontadas,

Até agonizar...o campo de batalha foi seu leito!

Onde estava Caissa? No sacrifício de Adjamir?

A deusa-mãe dos táticos e posicionais

Deixou o príncipe corajoso cair

Tornando-o um dos lendários imortais!

Cailã,o príncipe oposto foi derrotado...

...Da aldeia de Namir, com o Rei veio ter

Lahur Sessa, um brâmane,abnegado,

Afim de alegrar,trouxe um jogo para o Rei ver...

Quis mostrar o valor do sacrifício,

Onde a peça mais importante

Desvaloriza sua patente, ignora seu ofício

E parte para a morte, sem medo, avante!

Porque a vitória de um povo guerreiro

Vale mais que uma vida, seja príncipe, vizir...

A honra de um reino e seu rei vem primeiro...

Ladava conformou-se... (Caissá haveria de sorrir!)

Lahur,que era pobre foi promovido...

Inventou aquele jogo afim de alegrar seu senhor,

Afim de tocar o coração, de torná-lo comovido.

O sacrifício de Adjamir teve seu devido valor...

"Reis e peões, após as partidas,

Retornam a mesma caixa, peças similares..."

É no ego dos enxadristas que se abrem as feridas!

Reproduzidas verdadeiras lutas militares...

Como é esse mundo?Quem perde?Quem morre?

Bem e mal, bons e maus, opostos...

O relógio é acionado, o tempo corre

A partir de agora rivais a postos!

O mundo da guerra é quadriculado

Sobre ele há dois reinos lutadores

Cada qual com seu exército montado

Pelejando para serem vencedores.

A mais antiga das guerras;

O reino negro contra o alvo;

...A luz contra as trevas...

Só um lado da morte será salvo.

O lado da luz avança sua linha de frente,

Nessa guerra regularmente lhes é tida a iniciativa.

Por sua vez, o lado negro se organiza e se defende

E avança de maneira igual e ativa.

Ambas as cavalarias se deslocaram

O centro do campo é o objetivo

Quando lá se colocaram,

se atracaram de modo agressivo.

Até os sacerdotes religiosos

tornam -se bravos guerreiros

desferindo golpes vigorosos

contra os inimigos tropeiros.

Com a vinda das torres de batalha

Ao meio do território ofensivo

Ambos os reis se protegem da mortalha

de modo seguro e preventivo.

As unidades mobilizadas

vão executando seu plano tático,

estrategicamente posicionadas

as tropas seguem o combate dramático.

Poderosas, as Damas, amazonas guerreiras,

destroem -se mutuamente.

E os dois lados procuram maneiras

de dominar a linha de frente.

As torres caíram;

Dos bispos terminaram as preces;

Os cavaleiros se destruíram;

Aos poucos os peões desaparecem.

Obrigatoriamente, os reis se põem a lutar.

O empate, a trégua, é aparente possibilidade

à qual nenhum deles quer contentar.

Assim, é usado o Maximo de habilidade.

Em um impasse, um simples peão branco

que lutou brilhantemente,

como insignificante soldado de flanco,

consegue se consagrar como Príncipe reluzente.

Sim! O corajoso peão lutador

conseguiu atravessar o tabuleiro

foi então promovido e com merecido louvor

é hierarquicamente o maior guerreiro.

Diante das virtudes do reino da luz,

as trevas, que perdem o equilíbrio do empate,

em desvantagem o Rei ao abandono da luta se conduz .

Inevitavelmente prevê que sofrerá xeque-mate!

Mas não é o fim da guerra!

nunca terminará ...

Das batalhas mais antigas da terra

onde o mais "forte" sempre vencerá.

As peças sempre poderão ser montadas

para uma nova partida,

esperando para serem manobradas;

Esperando para ganhar vida.

Rafael L. Ribeiro

LEAFAR
Enviado por LEAFAR em 26/04/2010
Código do texto: T2220400
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