Derrete

O descontrole passeia pela face

Vermelha de morango, pimenta ou veneno que até mata

Enquanto a ponta dos dedos ampara

Todo gosto que derrete

E se não lambuza

Perde a graça

É como se fosse chuva sem sol

Praia sem areia quente

Mas aos que preferem a razão

Ao doce do sorvete

Gozem do gelo, frigidas noites de inverno em pleno verão

E gelem sonhos até sentir bolas de pesadelo

Sorvete com gosto de lábios molhados

Beijos derretidos no calor da face vermelha

Contraste em cândida pele

E tudo derrete sob a chuva

Valtencir Gama
Enviado por Valtencir Gama em 25/04/2010
Código do texto: T2219230
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