Derrete
O descontrole passeia pela face
Vermelha de morango, pimenta ou veneno que até mata
Enquanto a ponta dos dedos ampara
Todo gosto que derrete
E se não lambuza
Perde a graça
É como se fosse chuva sem sol
Praia sem areia quente
Mas aos que preferem a razão
Ao doce do sorvete
Gozem do gelo, frigidas noites de inverno em pleno verão
E gelem sonhos até sentir bolas de pesadelo
Sorvete com gosto de lábios molhados
Beijos derretidos no calor da face vermelha
Contraste em cândida pele
E tudo derrete sob a chuva