Várzea, Hotel
Que história há de contar
Essas paredes emolduradas
Esses móveis envelhecidos
Entalhados em lei de madeira
Em forros sobrepostos
Em imensas portas
Que já se abriram a tantas cenas e fecharam-se a outras negligências
Quanta tangência e esmero
Em geometrias e poesias
Quantos fatos foram amarelecidos
E supostamente pintados por outras nuances
Quantos sussurros e casos
Arquivados nesses quartos de hóspedes indeterminados
Tantos anônimos e ilustres
Já compuseram nessas instalações
E hospedaram em suas andanças
Quantos de nós em pernoites
Fugimos de açoites,
Do frio da noite
E percorremos esses longos corredores
Cheios de memórias incontáveis
Em beleza fosca de um hotel repleto de histórias
Em terra de Teresa.
Teresópolis,14/05/03