Estações

Já vivi as primaveras da vida

Onde floresceram amores

De chuvas esparsas e amenas

De lágrimas do futuro incerto.

Foi no verão que mergulhei no mar

Ruidoso e violento de mim mesma

Descobri mistérios e vi belezas que jamais vira

E carregada pelas ondas incertas

Repousei na praia, envolta na bruma leve.

Eis que vivo hoje em pleno outono

Deixando cair da árvore dos meus sentimentos

Toda folha de futilidade e amargura.

Desfaço-me tranqüila de tudo o que não contribui

Para que eu floresça ou frutifique.

Minhas profundas raízes de vivência buscam o alimento

Que me faz a seiva de esperança que mantém o meu viver.

Não viverei o inverno

Do frio de quem ama pouco ou nada

Posso até ser uma noite gelada

Em que um abraço deixa a alma aquecida

Os amigos se reúnem em casa

E o cheiro da coberta lavada

Traz um sono tranqüilo.

Não haverei de ser o frio do abandono

Tampouco do abandonado (desejo)

Nem padecida,

Nem conformada...

As quatro estações em mim,

E eu seguindo pela estrada.

Elicia Dock Holtz
Enviado por Elicia Dock Holtz em 24/04/2010
Código do texto: T2217136
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.