DESOLAÇÃO (Minha 500ª publicação aqui no recanto!)

Eu já havia jurado a mim mesmo,

Que não provocaria estímulos alheios,

Porque eu me pego sempre assustado

Com os meus sentimentos e em cheio

E penso que estou sendo pegajoso

Quando digo tudo o que eu sinto...

E continuo vivendo um abandono tremendo

Numa solidão de tamanho infinito.

Então eu me conscientizo

De que só devo conversar mesmo comigo,

Ainda que em “monodiálogos” tão loucos

Que só eu posso entendê-los, aos poucos,

Proporcionando a minha alma

O poder de me compreender inteiro,

Mas isso é um absurdo, meu auto-interlocutor

É mudo e recolho-me ao desterro desolador.

Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 24/04/2010
Reeditado em 25/04/2010
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