A Nossa Vida num Espelho
Um expectador indiferente
Assim é o Tempo
Os Caminhos que chegam ao horizonte
São simples ilusão da nossa razão
O Tempo
Aprisiona a Vida num espelho
E torna as nossas retas e as nossas curvas
Símbolos convexos
Ficamos paradoxalmente nos contemplando
Magoados na dor e extasiados na felicidade
E sem perceber as tornamos
Símbolos disformes
E no final
Mostraremos as cicatrizes em nós
Acusando o Tempo de malfeitor
Mas o que havia de bom ele nos apresentou
Aproveitamos somente o que os nossos olhos puderam enxergar
E nem sempre o que o nosso coração pode sentir
Se miragens houve
Acreditamos nelas
E o Tempo passou