PERVERSÃO
®Lílian Maial
 

 
Há um doce descontentamento na poesia.
Uma saudade, um eco,
um barco sem vento.

Coisa de amor esquecido.
 
No esquecer, sempre haverá parte do que foi,
deixado nas letras silenciosas.
 
A poesia é inútil.
Há versos demais, beleza demais
e pouco chão.

 
Não é tarde, contudo.
Preciso partilhar a luz dos meus olhos
e acordar da tua existência,
onde só tu existes.
 
Faria tudo de novo
e mais nada!
 
Coisa perversa é a paixão:
confunde, explode,
é breve,
como uma febre
e passa.


Desejo apenas viver mais uma noite.


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