BRANQUICELO
Branco cielo
De nuvens ligeiras
Sorrateiras
Chumaços de algodão
Mantas de lã
Macias feito um carinho
Carneirinhos para contar
Antes de dormir
Sumir...
Migrando para outras formas
Disformes
Agora posso ver
Monstros franksteinianos
Cabeça alongada
Testa comprida
Nariz pontiagudo
Olhos esbugalhados
Desengonçados
Toscos Centauros
Dinossauros voadores
Nos últimos estertores
Gigantescos ursos polares
De andar lento e abraço fatal
Oba! Chegou o Natal!
Papai Noel de longas barbas brancas
Surge em seu trenó
Puxado pelas renas serenas
Que cena!
Transformers criativos
Velozes e furiosas
Carruagens de fogo
Em fuga
Sequenciam a viagem
Que paisagem!
Montanhas de gelo
Derretem sob olhares atônitos
Incapazes de deter a catástrofe anunciada
Que mancada!
Potros lindos e desejados
Correm pela relva branca do céu
Dividem a imensidão do espaço
Com crianças brincando com seus cachorros
Que saltam e correm atrás da bola
Que elas, só de pirraça
Mandam para longe
A todo o momento
E ainda acham graça
Da desgraça alheia.
Coisa feia!
Insone, descubro outros motivos.
Ao vivo e a cores
Galinhas atentas chocam os ovos
E os defendem com bicadas certeiras
Coelhos comendo cenouras
Tesouras gigantes podam as árvores do pomar
Vacas pastando solenes no jardim
Sem pressa sem afobação
Chamam a atenção
Da até para sentir o cheiro do jasmim.
Atchim!
Corpos que se enlaçam
Braços que se abraçam
Em sensuais posições
Que se invertem
Revertem
Encenação do Kamasutra
A uns insulta
A outros causa sensação
Enquanto presto atenção
No céu
Na terra
A vida segue seu curso
E vejo que, assim como lá
Aqui tudo se desfaz
Tão fugaz!
Ás vezes em tão curto percurso
Que não dura um segundo.
Vasto mundo!