Delírios da Perda
Linda para se matar aos poucos,
bebendo seu perfume selvagem,
pelo canudinho dos poros,
sugando, pelos olhos, seu prazer.
Agonizando no leito da vida,
cabelos misturados ao desenho dos sonhos,
mãos tateando os cumes dos seios,
num ritual composto nas nuvens.
Linda para se roubar do mundo,
carregando seu silêncio quente,
a um milímetro dos lábios,
como saldo trêmulo da sua boca.
Refletida no espelho turvo da visão,
fica uma essência da saudade,
remando seu barco branco,
para muito, muito longe de mim.