Monólogo de um louco

Consome a agonia,

da tua ausência,

meu sangue frio e sem vida,

meus perdidos e tristes pensamentos.

Encharca-me o amargo,

da saliva do desespero,

do sonho que em vida

se mostra um pesadelo.

E minha silhueta perdida no vazio,

do chão que parece sem fim,

e o suor frio sobre o corpo quente,

congelando a chama que não sessa.

Banha-me a ilusão eterna,

E a confusão insessante de meus pensamentos,

Torno-me escravo de minhas fraquezas,

torno-me homem somente.

E o piscar forte e rápido de meus sílios,

Mostram minha agonia,

De ter sentimentos humanos,

de ser um humano com os outros.

Meu corpo queima a alegria perdida,

Diante da vida não há vida,

somente respostas perdidas,

A lúxuria tornou-se tortura.

Sou refém de minha loucura,

Sou um deserto,

Corroído e incompleto,

Um livro aberto,

que começa pelo fim.