MONJOLO DE LAMINAS

Aurora lavada de sangue

cachaça ruim em copo sujo, trincado

vida bandida “viver é perigoso”

pão velho sem a margarina barata

duas bananas passadas cativando as tsé-tsé

urra em vão o porco com sobrepeso

no espelho da lamina faminta

gruda nas costas a camisa em suor

resto de caliça na alma, secura

maldita ousadia de amor

tuas flores agora se transmutam

em escorpiões de navalhas polidas

antes o sorriso de diamantes de neve

agora o teu cesto do que há de ferir

a luz solar nunca havia mostrado tanto desprezo

" boca fechada feito fosse cuspir " de brabeza

soca sem piedade a virilidade

do teu salto agulha

me bate na cara com uma bola de sargo

amarrada na meia-calça cor da pele

me faz cavalo insano

cavalgando a vertigem

em nuvens de areia

calor sufocante contorcendo

as cascas no chão das minhas veias

batida seca do teu monjolo de laminas

gotejam-me acidas as estrelas negras

deste teu céu mau - me - quer .

Visitem :)

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by

Davi Cartes Alves
Enviado por Davi Cartes Alves em 21/04/2010
Reeditado em 22/04/2010
Código do texto: T2211464
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