OLHOS DE POESIA

Dizem que o poeta, tem olhar diferenciado

Que a palavra lhe é entregue

Mas, seria ele um ser privilegiado?

Que tudo o que quer consegue?

Não! Definitivamente, o contrário.

Um sofredor, quase utópico

Que vê, evidência um cenário

Antigo, moderno ou gótico....

Testemunha, antecipada de fatos,

tem forte percepção.

Olhos bem aguçados

e farta imaginação.

Esse olhar que lhe permite

Ver através dos tempos

Essa razão que ele insiste

Ler em tantos pensamentos

Faz sofrer demais, por vezes

Mas também sorri a toa

Protela as dores por meses

e mesmo sem asas, voa.

Poeta. Que ser estranho

Vê um mundo diferente

Coisas mudam de tamanho

Outras só ele sente

Consegue enxergar sentimentos

Mudar as cores, caminhos

Voar sem ter asas e ventos

Gostam de andar sozinhos

São seres de alma leve

O que não quer dizer pureza

Podem ter vida breve

Podem, claro, com certeza

Mas o que fica escrito

Registrado, num caderno

É como se fosse um grito.

E poderá ser eterno!

Ernesto Braga
Enviado por Ernesto Braga em 21/04/2010
Reeditado em 21/04/2010
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