OLHOS DE POESIA
Dizem que o poeta, tem olhar diferenciado
Que a palavra lhe é entregue
Mas, seria ele um ser privilegiado?
Que tudo o que quer consegue?
Não! Definitivamente, o contrário.
Um sofredor, quase utópico
Que vê, evidência um cenário
Antigo, moderno ou gótico....
Testemunha, antecipada de fatos,
tem forte percepção.
Olhos bem aguçados
e farta imaginação.
Esse olhar que lhe permite
Ver através dos tempos
Essa razão que ele insiste
Ler em tantos pensamentos
Faz sofrer demais, por vezes
Mas também sorri a toa
Protela as dores por meses
e mesmo sem asas, voa.
Poeta. Que ser estranho
Vê um mundo diferente
Coisas mudam de tamanho
Outras só ele sente
Consegue enxergar sentimentos
Mudar as cores, caminhos
Voar sem ter asas e ventos
Gostam de andar sozinhos
São seres de alma leve
O que não quer dizer pureza
Podem ter vida breve
Podem, claro, com certeza
Mas o que fica escrito
Registrado, num caderno
É como se fosse um grito.
E poderá ser eterno!