Poeta Vulgar.
Sou só um vulgar poeta a falar de amor.
Esse objeto abstrato, do qual exíguo me gasto
Tentando relatar,
Nas imundices dos becos, dos bares, das camas.
Este vil argumento sempre será por amar.
Eu sou só um bardo bêbado,
que num tal sexta-feira
deixou de sonhar.
que o amor era limpo, era puro , era casto.
e descobri sedento e ébrio
que sofrer é amar.
Sou só um poeta esfarrapado e noturno
Que do amor esquecido,
Deixou-se levar pela poesia.
Porque ela, e não o amor
Dá coerência a demência que é amar.