Refúgios
Quando mergulho na emboscada
Abrigo de insanas palavras
Encontro-te
Pelos elos mais fortes que os do corpo
Uno-me a ti
Entre nós, oceano, descrença e mistério
Bebo tua dor e embriago a minha
E sou capaz de reconhecer-me
Cicatriz nos rastros dos meus passos em ti
Um pranto abafado pulsa no peito
Um latejar sempre contido
Imperceptível e insaciado de compreensão
Transformo-me assim, triste
Nos versos de tua poesia
É onde rimo o riso de se fingir a vida