DE PÉS NO CHÃO...

Sigo a pé,

em verso livre.

Não tenho eira,

Não tenho beira,

Não tenho tribeira.

Contudo e sobretudo

Não tenho fronteiras!

Porque ser poesia

Não é supostamente existir.

É ir além dos limites

Da nossa incauta ambição.

Ambição de ser.

Que mania de poesia

essa de se querer ser só magia!

Eu também sou inverso.

Sou verso

Anteverso...

Só reverso.

Porque a poesia

Deslacra tudo...até a alegria!

E transpassa percalços.

É quando sou versos perversos,

descalços...

Cáusticos!

Minha poesia invade todos os vãos!

e segue sensata, machucada...

de pés firmes... no árduo chão.