Por dentro do cubo

O horizonte é cor de barro

A vista resseca, a visão embaça

Entristece-me toda essa solidão, esse calor

Sinto um nó de choro em minha garganta seca

Apenas vozes ao longe me fazem companhia

Penso em como já fui feliz nessa minha curta vida

Nos belos lugares em que estive

E tudo isso me fez desembocar na lembrança de teu sorriso

Vou resistir a esse cubo

Não vou permitir que esse barro me embruteça

Padronizando-me, moldando-me um falso sorriso de satisfação

Assim não, não comigo!

Tudo isso vai passar

E se eu observar pelas frestas, prestar atenção no que se passa lá fora

Vou ver que existe ida e felicidade fora daqui

E esperança de algo melhor

19-XI-07