AMIGO

O que seria de mim

Se não fossem os meus amigos

Com os seus ombros sofridos

Calejados de tantos lamentos

Não sei o que iria dizer

Do meu eterno sofrer

Jogado ao leu do destino

Faminto, com falta de amor

Posso dizer de palanque

Que esses amigos constantes

São portas sempre abertas

Para ouvir minhas lamurias

Amigo é ouvido atento

Em silêncio mensura

E transforma em ternura

Todos nossos sofrimentos

Amigo é aquele

Que com o dedo em risca

Olhando em seus olhos

Lhe diz a verdade

Quem não tem um amigo

É órfão da mãe do destino

É pedra redonda em limo

É peito aberto em feridas

Amigo não é irmão,

Nem parente nem aderente

Amigo é coisa diferente.

Amigo é uma doce invenção de Deus

Luiz Menezes de Miranda