Governamental, mental, tal...

Não mais encarcerado.

Agora, liberto do viveiro,

Vai, alça teu imérito voo...

Independente qual o vento,

Ou os passeriformes. Formes

Novamente o teu bando.

Águias, corvos, abutres,

Sequer fazem sombra à

Serpente (des) Emplumada,

Abutre dos abutres,

Abutre dos corvos,

Abutre, servo, da águia.

Abutre do símbolo da paz,

Que ora é o teu sacrifício,

Ave que rapina. Pina

Desse circo insensato, o ato.

Não leva, somente, o coração,

Mas, também, toda a razão.

Porque não se percebe a sebe,

A pomba é sacrificada a cada

Dia. Legado do abandono, dono

Do poder entorno das águas -

Magoadas, artificiais, estagnadas.

O invasor de si mesmo, a esmo...

Surge, mais uma vez é o próximo,

Não na caravela. Vela. Inda voltarão

Os que já partiram! Tiram-nos os

Despojos que restaram. Aram

E não lançam a semente. Mente

Aos teus semelhantes. Antes

Fora, também, ameríndio, índio.

Hoje, ele não traz a armadura. Dura

Como a alma que ainda encerra. Erra.

Segues a ideologia da águia. Guia,

Ainda, por ela todo o teu ideal.

Ganância, ânsia, intolerância, esses

São teus deuses, só a eles ouves, vês.

Não mais à Serpente Emplumada,

Nem Tezcatlipoca ou Tlaloc.

Mas tu alimentaria, ária,

Com esse teu procedimento,

A todo Panteão já concebido, ido.

Teu anseio de abstração, ação.

Esse holocausto do teu domínio.

Causará um novo dilúvio.

Não só da lágrima da criança,

Mas de todos que assistem.

Goza cada vez mais a liberdade,

Pois ela mesma, inda, te absorve.

Brasília,DF, 19 de abril de 2010.