Um Aceno de Lua

Um gesto desprende das mãos

Num aceno que já não se escreve

Uma voz rouca

Que não pronuncia o nome

O desejo tatuado no seio

Da imagem amada

A palavra multiforme

Que traduz a emoção da ausência

Um sentir órfão

Que sabe o desespero

De um algo que transborda

O ato exasperado que consome

Um soluço imóvel no peito

A espera do amanhecer impune

Ou mais um gesto que evapore dos dedos

Como gotas de orvalho