Em cada amanhecer eu morro...
Sinto falta do sabor dos lábios
que afoitos tomavam os meus.
Das mãos que afagavam sutilmente minha nuca
levando-me a total desespero.
Ah, saudade!
Maltrata este ser que só tem as noites
para entregar a este amor proibido...
Conto as horas do meu dia para me refugiar
no quarto onde posso extravasar os pensamentos
que levam aos delírios de amores secretos.
Fico confinada no paraíso dos sonhos impossíveis,
mas intensamente verdadeiros.
Desço ao inferno quando a chama que abrasa meu corpo
leva-me aos torvelinhos dos pecados...
Por que tem que ser assim?!
Com a chegada da aurora o paraíso construído se desmorona.
A luz do sol traz a realidade triste e medonha
que faz com que eu deseje as sombras da noite,
onde eu possa deleitar minha paixão escondida e,
em cada amanhecer, eu possa morrer...