Eternamente

Se houvesse forma de contemplar sua face e a beleza de seus olhos,

Por minh’alma...

Os ventos sussurrariam eternamente seu nome.

E por quantos séculos os ventos segredariam teu nome?

Se existisse modo de perenizar seu aroma e tua lisa pele,

Por minh’alma...

As árvores exalariam seu doce perfume...

E por quantas primaveras as rosas teriam o teu cheiro?

Mataria o tempo, apenas para fixar-te,

Para que do Amor belo, não floresça a semente podre, deste fruto, que nasce, deste fruto que sou, sem ti, sem mim,

Perdido...

Quantas vezes, minh'alma gritaria por ti?

Água morta de cor escura,

Árvore sórdida de folhas vazias,

Vento de coração surdo e mudo,

Tempo – sem tempo,

Vida – sem vida,

Alma – sem alma,

Tempo, vida, alma...

Nada sou, sem antes ser-te...

Por quanto tempo reinará em mim?

Quantas vezes mais morrerei em teu infinito?

Às vezes nada do que tu falas, faz sentido...

Visto a que a entendo?

Por que falo a mesma língua que tu falas...

Olhai para mim e serei teu,

Uma vez que tu és e não há outra a ser...

Um doce sentimento amargo...

Entretanto, antes um cessar de tê-la que um deixar de senti-la,

Pois sinto quando e se esta vitalidade acabar,

Eu morrerei um pedaço a cada dia...

Mas talvez e sem que eu perceba,

Sem ti morto eu já estaria...

Diego Martins
Enviado por Diego Martins em 18/04/2010
Código do texto: T2203948
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