Vende-se
Vende-se um corpo que o coração já não bate.
O tempo que lhe resta,
foi doado pra caridade, pra quem quiser usar.
O corpo não discrimina sentimento algum:
virou um objeto, sem estesia.
A cada vinte e quatro horas,
expele pelos olhos uma quantidade de água maior que o dobro de seu peso.
As mãos tremem e não suportam objetos muito pesados.
Vende-se um corpo sem alma,
pra virar sucata,
no fundo de um depósito qualquer.