A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DE NÃO SER
A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DE NÃO SER
Este momento é só meu
dele ninguém mais sabe
nem eu.
Estrangeira aqui e em toda parte,
como o Pessoa
e não como o Pessoa
nunca estou onde estou
nem estou onde não estou.
A tarde escoa morre
inteira fora
não depende de nada
nem de ninguém
como eu não dependo de mim.
Parece que estou como a árvore na praça em frente
mas não estou como a árvore na praça em frente
nem me pareço com alguém que olha pela janela
a árvore na praça em frente.
Na janela se projeta uma sombra
da árvore?
de mim?
Que sei de corpos?
Que sei de sombras?
A noite caiu
e não quebrou
esta insustentável leveza
de não ser.
Em 17 de abril de 2010