Herança de Sangue.

Me inquieta essa minha alma livre.

A dizer palavras que contam a dor

Dos meus antepassados...

Eram negros, pobres, encarceirados

Eram pardos, pagãos, eram escravos!

Minha pela mestiça,maldiz

Esse açoite infeliz que a carne sangrava.

liberdade! Liberdade!

Escrita com os sangue das mães

Com o sangue da Vó

Que o branco domesticava com punhos de aço!

Liberdade! Liberdade!

Escrita com sangue do menino tristonho

Do Negrinho indolente, lá dos Palmares.

Minha pela mestiça, maldiga sempre

Essa página triste, infeliz

Que desfez o que Deus quiz

Quando em barro igual nos criava.

Liberdade! Liberdade!

Escrita em meu peito

Herança de um sangue escravo!

(Em memória da Dona Maria Celeste Minha triavó)

Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 17/04/2010
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