OSSOS DO OFÍCIO
OSSOS DO OFÍCIO
Vanderli Granatto
Quanto me sinto desprezada, pura verdade.
Sinto-me um nada, sem valor.
Continuo lutando, contra a infelicidade.
Apesar dos pesares, possuo imenso amor.
Sabendo que de mim têm necessidade,
No cotidiano luto na maré ondulada.
Não vacilo, seria crueldade.
Sigo a batalha sabendo-me, mal amada.
Um dia entenderão que a força,
Deve vir, lá de dentro, contra qualquer mal.
Pra tudo haverá explicação afinal, no final.
O bem há de vencer, resoluto,
Acima das intempéries, que suporto.
Ossos do ofício, para chegar-se a um porto.
Vanderli
16/04/2010
Botucatu/SP