Desertos
Os desertos que teimam em nos povoar
É uma ameaça sorrateira e dissimulada,
Para além de tudo que nos conforta,
Terra árida ansiosa por verdejar.
O escaldante sol que arde em si
Traz à boca seca o gosto insosso
De não viver, apenas existir,
Sem grandes abalos, emoções ausentes.
Quem dera desejasses outras paragens
Igualmente outros sentimentos, vivências,
Tão vividas, ásperas, calejadas
Um bálsamo a embeber e motivar a vida.
E não mais seres inertes a olhar da janela
A rotina dos que passam e seguem, ativos
A desvendar os mistérios, escrever suas histórias
Com verdade, com lágrimas e sorrisos!