RAÇA INDÔMITA

Como as cartas de um baralho

que se misturam na mesa,

a vida é constante surpresa:

desconexa, às vezes bruta,

traz dor, desamor - é disputa

jogada entre os dados da sorte.

Semeando angústia e medo

esconde, voraz, seus segredos

nas profundezas de um cofre.

Brande louca o seu cutelo,

mostra os dentes amarelos,

ri, gargalha e zomba rude

abrindo a boca faminta,

e devorando, indistinta,

o homem que crê e se ilude.

Saco rápido a minha espada

e com destemor vou à luta.

Vida - velha prostituta,

abre o jogo, exibe as cartas!

Não me intimida a batalha,

tenho a mão e o braço fortes.

No meu rosto eu trago a marca

da supremacia da raça,

que vão ao chão humilhada,

mas depressa se levanta

e faz estalar o chicote.