Em mim
A presença do vento em minha janela
é o frio, aqui presente.
A ausência do sol em minha janela
traz saudade do sertão longínquo
que arde em mim.
Ninguém sabe mais que eu,
dessa saudade doída,
que nem disse adeus.
Banho-me em água gelada
minhas feridas cicatrizadas,
para que não sangrem .
Mas retornam e querem me falar...
calo-me e ouço suas vozes
a rir com ironia e dizer
que cicatrizes também são saudades,
por isso relembram em flor.
Busca incansável
Pelo escondido
Guiam-me as borboletas azuis
Que me seguiam...
Chego a um lugar árido e desconhecido
Sigo as pegadas desenhadas em areia quente
Já não sinto falta de mim
Sinto da gente.