Em mim

A presença do vento em minha janela

é o frio, aqui presente.

A ausência do sol em minha janela

traz saudade do sertão longínquo

que arde em mim.

Ninguém sabe mais que eu,

dessa saudade doída,

que nem disse adeus.

Banho-me em água gelada

minhas feridas cicatrizadas,

para que não sangrem .

Mas retornam e querem me falar...

calo-me e ouço suas vozes

a rir com ironia e dizer

que cicatrizes também são saudades,

por isso relembram em flor.

Busca incansável

Pelo escondido

Guiam-me as borboletas azuis

Que me seguiam...

Chego a um lugar árido e desconhecido

Sigo as pegadas desenhadas em areia quente

Já não sinto falta de mim

Sinto da gente.

Jesse
Enviado por Jesse em 15/04/2010
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