As três árvores da montanha ( * )
Naquela grande montanha
Três arbustos nasceram
Com o passar dos tempos
Três imensas árvores ali cresceram.
Centenas de anos se passaram
As aves no céu ali pousavam
Andorinhas em multidões
Que de longe imigravam
Nas lindas tardes de verão
Nas três árvores descansavam.
Certo dia uma das árvores tem
Um sentimento profundo
Quero que de mim façam um baú
Para nele ser colocada
A maior fortuna do mundo.
A segunda árvore olhou para o horizonte
Lá se avistava um grande rio
Então teve o sentimento
E naquela hora decidiu
De minha madeira será construída
Uma embarcação segura
Para transportar muita gente
E também muita fortuna.
Disse a terceira árvore
O que estou pensando, não sei o que é
E para ser feito de minha madeira
Uma coisa que leve a fé
Só que não sei decifrar
Esses pensamentos meus
É para ser feito uma coisa
Que leve muita gente para Deus.
Depois de longo tempo, apareceu certo homem
E corta a árvore primeira
Transportou seu grande tronco
E trabalhou sua madeira
Ao invés de um baú
Ele fez uma cocheira.
Cortara a segunda árvore
A levaram para a beira de um rio
Dela construíram um barco
Ao invés de um navio.
Muito tempo se passou
A terceira árvore, vai ao chão
Serraram sua madeira
E a guardaram num galpão.
Certo dia um casal
Chegou numa estrebaria
A mulher estava grávida
E naquela noite nascia
Uma linda criancinha.
Para cumprir as escrituras
As palavras verdadeiras
A criança era Jesus Cristo
O colocaram na cocheira.
Muitos anos se passaram
Um dia em alto mar
Um grupo de pescadores
O barco estavam a remar
Grande fortuna de peixes
Acabaram de apanhar.
Uma grande turbulência
Veio às águas agitar
Pescadores em desespero
Estavam prestes a afundar
Um deles impôs as mãos
Fez o vento e as águas parar
Este homem era Jesus Cristo
Fez a tempestade cessar.
Nisso foi passando o tempo
A madeira lá do galpão
Por um homem foi levada
Carpinteiro era sua profissão
Com peças daquela madeira
Carpinteiro fez uma cruz
E nela foi crucificado
Um homem chamado Jesus.
Vejam que está história
Passa-nos o grande exemplo
Que no mundo não a nada
Que não se resolva com o tempo.
Às vezes ficamos tão chateados
Com tantos problemas sérios
Mas basta dar tempo ao tempo
Se desvendam os mistérios.
( * ) A referida poesia é de autoria de ( Manoel da Silveira Corrêa - conhecido em Vazante-MG como: Manoel da Tunica). Disponível em: http://rogerioscorrea.blogspot.com