Dia Qualquer e Comum

Tiros são disparados a esmo

Uma bala qualquer, do tipo perdida

Atravessa a parede de um barraco

Em uma favela qualquer

A bala apesar de perdida procura

Até que encontra um corpo franzino qualquer

Entre vários amontoados em um cômodo

Causando imenso desespero

O corpo é calejado por mãos calejadas

Que buscam de todas as formas salvar aquele corpo franzino e ensangüentado

Lutando desesperadamente contra as estatísticas

Corre contra o tempo e encontra um policial, que infelizmente o confunde

E antes de pedir ajuda é morto como um bandido qualquer

Acaba em uma cova rasa

E em uma nota curta em um jornal qualquer

4-I-2008