“As dores de amar”
Quando conheci a poesia, num beijo molhado
Me salivaram os versos de Pessoa
Meus ouvidos ouviram Espanca
Meu coração disparado, drumoniava
Enquanto Chico cantava “Eu te amo”
O paletó dele abraçado ao vestido da amada
Juntos confundindo suas pernas
E eu do alto da minha adolescência nem sonhava
Que as dores de amar, eram eternas
Hoje concluo, que amei e amei tanto
E tanto vi minha amada pisar nos astros distraída
Até que um dia a porta do barraco ainda sem trinco
Testemunhou a triste partida
E foram-se as emoções
Nos tempos idos que não voltam mais
Durante àquele beijo molhado eu nem imaginava
Que as dores de amar doem demais