VOZ QUE VAGA
Voz insistente no cantar sofrido,
Ovacionando a dor neste cruel lamento,
Da noites frias em constante agonia,
Mancha de lágrimas a flor do pensamento.
Em tom cinzento a esmaeçer o sonho,
Quando em criança ocultou desejos,
Em simples verso apaga da memoria
A dura realidade sem qualquer segredo.
Caminha sem rumo ao sabor de ameno vento,
Sem sorte arvora o som que triste busca,
No revoar sem rumo dessa odisseia,
Vai mendigando frases soltas doutras eras.
Emudeça insana voz a qualquer preço,
Que seque a volatil fonte da lembrança,
Alicerce de coragem tão cruel momento,
Cubram com flores agonizante sentimento.
CRS. 14.04.2010