Fogo, mar, amar
Era o perfeito mundo de Dante
E, como antes, soava sombrio
Vestes escuras, vento vadio
Entorpecidos no leito, os amantes
Olhavam-me com medo e desejo
Qual diabo no cio do sonho
Vasculhado o meu ser medonho
Ouvíamos os gritos e sobejos
Sonoridade de um tempo tristonho
No silêncio quase enfadonho
Principiar daqueles beijos
Como um gotejar de deidade
Vertendo na alma a felicidade
No soar dos anseios eu vejo...
14/04/2010