O alquimista

Eu tinha, na noite, olhos meus clarão,

Uma esquiva vontade de seguir,

Passos chumbados, medo de saber

O cromo à minha capa antecapa.

O céu não diluía-se, em pretensões,

em metal então algum reconhecível.

Por isso, refeitas fórmulas com que eu

Colocava ao mar barcos de papel

Havia na escuridão lua refratária,

Um sol lá esquecido, órbita-umbigo

E meus óculos, lentes atrofiadas.

Mas eis, e era esperado o contraponto,

Que a manhã surge em ouro-luz, anúncio:

Não há ouro se não o alquime, alquimista.

antônimo
Enviado por antônimo em 14/04/2010
Reeditado em 14/01/2012
Código do texto: T2196847
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