O alquimista
Eu tinha, na noite, olhos meus clarão,
Uma esquiva vontade de seguir,
Passos chumbados, medo de saber
O cromo à minha capa antecapa.
O céu não diluía-se, em pretensões,
em metal então algum reconhecível.
Por isso, refeitas fórmulas com que eu
Colocava ao mar barcos de papel
Havia na escuridão lua refratária,
Um sol lá esquecido, órbita-umbigo
E meus óculos, lentes atrofiadas.
Mas eis, e era esperado o contraponto,
Que a manhã surge em ouro-luz, anúncio:
Não há ouro se não o alquime, alquimista.