MEU GALPÃO

QUANDO

Quando eu tinha casa,

Eu ia satisfeito às compras.

Trazia frutas várias,

Muita comida,

Pequi, frango caipira,

Tudo que o dinheiro

Pudesse comprar.

Se não desse dava um pré-datado,

Comprava fiado.

Nem sabia como pagar.

Décimo terceiro,

Ia às férias vender,

O que não podia era a comida faltar.

Tudo por amor eu fazia,

Em troca amor eu recebia...

Hoje não tenho mais casa,

Moro em um grande galpão,

Cheio de vazio é minha nova casa,

Como o meu coração...

Comprar o que não tenho para quem levar,

Também não encontrei nada,

Levar o que?

Cadê a criançada?

E a mulher amada?

Todos têm sua própria vida,

Levar para quem a comida?

Nas gôndolas de leite Ninho...

...O ninho vazio,

Na de açafrão,

Na de frio

Frango de granja sem coração.

O paladar é de comer saudade,

Se alguém souber onde encontra-la

Encomende-me uma carrada.

Pago a vista.

Êta vida danada...

Quando eu tinha casa...

Goiânia, 14 de abril de 2010.

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 14/04/2010
Reeditado em 10/04/2011
Código do texto: T2195619
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